quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Aprender com os erros


“Vá e não peques mais!" (João 8:11)

Essa ordem que Jesus repetiu a homens e mulheres, durante seu ministério, ainda hoje serve a nós como um modo de proceder em relação ao ensino e a nossa conduta diária.
Ninguém nasce sabendo. Portanto, errar faz parte integrante de um processo e o erro deve ser considerado como uma oportunidade de aprendizagem. Homens e mulheres admoestados por Jesus, quando flagrados em erros, demonstraram mudanças de atitudes e de comportamento. O erro, embora fizesse parte da aprendizagem, ficou no passado. Errar é parte da natureza humana. Se erramos, mas construímos aprendizagens com o erro, podemos considerar que essa etapa foi significativa. Todavia se o erro passa a ser regra e não exceção é necessário verificar onde está o problema. A reincidência pode evidenciar desinteresse, desatenção, descompromisso, ou alguma deficiência grave que impede a pessoa de processar as ações necessárias ao processo que faz do ensaio-erro uma possibilidade de acerto e de crescimento.
Olhar para o erro como uma derrota é meio caminho andado para o surgimento de outros problemas, desde a baixa da auto-estima à desistência. Mas considerar o erro como estímulo ou oportunidades de aprendizagem é uma atitude sábia. Jesus sabia disso, por isso proferia uma exortação de estímulo quando flagrava alguém em atitude errada. Ele não só considerava as razões que levaram ao erro, como tirava as lições necessárias ao seu abandono.
Vemos que vidas foram salvas e mudanças de comportamento foram promovidas, porque o Mestre não negligenciava esse importante instrumento pedagógico. Era a partir da vivência e da postura diante da experiência que sua pedagogia se efetivava. Vá e não peques mais. Em outras palavras: aprenda com os seus erros e mude de atitude. Na vida acadêmica isso significa evoluir no estágio, na vida pessoal e espiritual significa buscar a estatura de Cristo e sair do pecado em busca da santidade. Significa deixar o sofrimento e conquistar os créditos. O que está em evidência não é o erro em si, mas o que fazemos com os nossos erros. Errar pode ser humano, aceitar os erros, compreendendo sua ação educativa, não em uma aceitação passiva, mas uma aceitação ativa centrada no desejo de aprender e de melhorar, conjugada com os verbos "analisar", "tentar", "persistir" e "conseguir" é uma grande lição não só para professores, mas para todos aqueles que pretendem sair do lugar e alcançar as promessas de Jesus.






Profa Aya Ribeiro








sábado, 20 de fevereiro de 2010

Educação versus Sedução

A origem da palavra "educação" é o verbo latino "duco", que significa "conduzir", "guiar" por um caminho. Isso significa que envolve alguém e a escolha de um caminho.
Portanto, a base da educação está centrada no exercício de levar alguém ao desenvolvimento de seu potencial em todos os níveis, moral, intelectual e afetivo. Ainda, considerando a sua origem etimológica, podemos aduzir que para esse exercício está alguém que deve estar preparado para essa escolha, para guiar aqueles que estarão sendo conduzidos.
Entretanto, quando ignoramos aqueles que verdadeiramente nos conduz em um caminho seguro, corremos o risco de nos perder nele. Se voltarmos à etimologia da palavra educação, “duco” e acrescentarmos o prefixo "se", que significa afastamento, temos "seduco", origem de "seduzir". A sedução nos tira do caminho. Vemos isso em diversos exemplos bíblicos. A palavra sedução, do latim "seducere", literalmente significa "levar para o lado". Implica que alguém é desviado, afastando-se de algo bom e correto para algo vil e inferior. Em outras palavras, "ser desencaminhado".
Sempre que pensamos em alguém que foi seduzido, a figura bíblica de Sansão nos vem à mente. Ele foi o grande "seduzido" de todos os tempos. Sansão, instruído no caminho, escolhido por seus pais, guiou-se nele até o momento em que optou por se afastar dele, ao dar ouvidos a mulheres estranhas à sua fé. Sansão recebeu uma educação centrada nos princípios do Senhor, e foi chamado para ser um especial instrumento de Deus, em um tempo quando todo o povo de Israel fora seduzido pela cultura dos filisteus. Esse povo, diferentemente dos outros invasores, era civilizado e não se mostrava ostensivamente opressivo. Por isso, Israel relaxou sob seu domínio e não invocou o Senhor. Isso acontece muito atualmente: descuidamos de nossa educação, ou seja, dos caminhos aos quais somos conduzidos, quando não percebemos a estratégia sedutora de quem quer nos desviar do caminho.
Ao tomarmos a experiência de Sansão e quão terrível foi a sua sedução, devemos considerar também aquilo do que ele foi afastado. O povo de Israel estava acomodado a uma existência pacífica com os filisteus e Sansão seria o instrumento de Deus para despertar seu povo e convocá-lo a abandonar sua paixão pela cultura filisteia. Quando misturamos nossa cultura com uma cultura estranha aos nossos princípios, sobre os quais nossa educação nos conduziu, tendemos a nos acomodar e a achar natural as diferenças, mesmo que elas sejam contrárias ao que aprendemos com nossos pais e com nossos líderes espirituais.
Vemos que, para alcançar Seu propósito, Deus deu ordens aos pais de Sansão, instruindo que seu filho seria um nazireu. O cabelo de Sansão não deveria ser cortado (Jz 13.5). Ele não deveria beber vinho ou comer coisas impuras (Jz 13.7).
O princípio da sedução reside em abrirmos espaço para que nossos inimigos encontrem em nós alguma fraqueza. Se somos instruídos a não fazer algo, por alguém que nos conduz a um bom caminho e o fazemos, abrimos brecha para sermos desviados dele
Enquanto seguiu o caminho e não se desviou dele, Sansão foi usado por Deus de maneira poderosa e admirável e se mostrava invencível. A última coisa que esperaríamos ouvir era que Sansão brincaria com o perder a força que Deus lhe havia concedido. Ao buscar outros caminhos e entrar por desvios, o homem atual também perde sua força. Em geral, o sedutor, aquele que intenta nos tirar do caminho, é um bom observador e conhece nossas fraquezas. No caso dos filisteus, eles sabiam que Sansão possuía uma fraqueza por mulheres bonitas. Por isso, usaram Dalila. Três vezes Dalila pediu a Sansão que revelasse a fonte de sua força. Três vezes Sansão deu-lhe uma resposta falsa. Três vezes os filisteus vieram para dominá-lo, mas foram vencidos por ele. No entanto, nesses encontros, não há qualquer menção do Espírito vindo poderosamente sobre Sansão. Outra estratégia do sedutor é ir entrando sutilmente na vida daquele a quem pretende seduzir. Ele faz com que os desvios que propõe pareçam naturais e vai ganhando espaço, quando entra na vida do seduzido, minando suas forças. Foi assim com Sansão. Dalila o importunou além de sua capacidade de suportar até que ele revelou a verdadeira fonte de sua força. Quando ele dormiu, ela cortou suas longas tranças, e os filisteus vieram e o levaram preso. Sansão já havia saído do caminho traçado por Deus e instruído por seus pais. Ao se juntar a uma mulher estranha, flertou com o pecado, por isso Senhor se retirou dele. Mas o que aconteceu com Sansão mesmo enxergando a obviedade do que Dalila pretendia? Por que ele correu esse risco?
Aqui podemos enxergar a fragilidade da natureza humana, que diz respeito a todos nós. É comum que nossa atenção seja tomada por coisas que sabemos que nos tirarão do caminho e, consequentemente, nos destruirão: relacionamento desigual, pornografia, prostituição, adultério... Quantas vezes flertamos com o pecado e nos voltamos para ele, mesmo que alguém nos alertasse contra o perigo de fugir do alvo? Foi por isso que Sansão permaneceu conversando com Dalila e pagou um altopreço por sua tolice. Sansão se envolveu neste embaraço, não por falta de aviso, mas por confiar que poderia se firmar em sua própria força, convivendo com aquilo que o atrairia ao desvio. Com isso ele perdeu tudo o que tinha. Principalmente, a força de Deus em sua vida e foi destruído, juntamente com aqueles a quem ajudou a destruir. O jogo do sedutor é esse: atrair e depois ignorar, quando o objeto de interesse já tiver suas forças minadas. Muitos de nós, durante certo tempo, somos conduzidos no caminho de Deus, permanecendo contra a agenda deste mundo. Mas o sedutor namoro de Dalila começa a minar nossas defesas, e, antes que percebamos o que aconteceu, estamos pensando e fazendo de maneira similar aos filisteus, defendendo posturas contrárias à Palavra de Deus, saindo, portanto, do caminho da salvação. É preciso, pois, nos lembrar que a educação centrada na palavra de Deus nos conduz ao Reino Dele, todavia, qualquer desvio, pela sedução, nos leva à perdição. Mas tudo isso envolve uma escolha e essa escolha será sempre nossa, assim como foi com Sansão.






Profa Aya Ribeiro

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

A Internet e a educação cristã



A Bíblia ensina no livro de Provérbios 22: 6: "Educa a criança no caminho em que se deve andar e, até quando envelhecer, não se desviará dele". Esse versículo sustenta a base de uma educação para toda a vida, pois é na infância que se forma o caráter, mas ao longo da vida é que ele se manifesta. Em todos os tempos e ambientes. Até mesmo nos virtuais.
Não há como ignorar a importância e as vantagens da Internet nos tempos atuais. Informações do mundo todo, em tempo real e 24h por dia. Essa é a principal função da internet. Por intermédio dela, cada vez mais pessoas têm acesso a esse verdadeiro mundo de informações. A Internet amplia as possibilidades de acesso à educação, encurta as distâncias, e pode ser um campo fértil para a evangelização. Entretanto, ela pode ser também uma arma que aniquila todos os valores morais e intelectuais construídos ao longo da história da humanidade. Mas apesar de a web oferecer uma série de benefícios, como rápido acesso a informações e pesquisas, nesse ambiente nem sempre a quantidade de informações está relacionada à sua qualidade.
Uma mesma ferramenta pode ser instrumento para disseminar a cultura, mas pode também ser um depósito de tolices, futilidades e inutilidades que apenas enchem as páginas e as mentes de pessoas de todas as idades e níveis culturais. Uma mesma ferramenta pode conter um rico material artístico, ou acumular imagens e cenas de mau gosto. Uma mesma ferramenta pode conter material instrucional, pedagógico, de cunho moral e religioso, como pode também espalhar ideologias insanas, políticas de depreciação da vida humana, material pornográfico, temas contrários à palavra de Deus e à moral.
A Internet é terra de ninguém, como se tem dito por aí. Terra sem fronteiras pode se tornar uma armadilha, ou pode ser fonte de bênçãos para quem, sustentado por valores morais não se deixa levar, ou impede que os filhos se tornem vítimas de um lugar aparentemente sem lei.
É lastimável que a rede seja usada para que conteúdos pornográfico se espalhem. Infelizmente nos sites de busca, que também podem se tornar uma armadilha, a palavra "sexo" é digitada muito mais vezes do que "Deus". E mesmo que busquemos palavras inocentes, a forma capciosa de se inserir conteúdos imorais leva a indesejada janela. Na lista de sites mais visitados da internet, não constam os de educação ou de evangelização. Essa é a realidade a qual nos deparamos atualmente. E isso faz com que muitas práticas criminosas cresçam, como a pedofilia e crimes sexuais contra as crianças. A pornografia virtual vicia mais do as drogas. Isso é um fato. E ela pode ser mais nociva do que a droga ou o álcool, pois enquanto as drogas saem do corpo, essa outra droga fica impregnada na mente.
Mas é preciso observar que a Internet tem sido usada como um fértil terreno para a evangelização. Enquanto proliferam blogs com conteúdo pornográfico e que depreciam a criação divina, há blogs que se comprometem a levar a Palavra de Deus, a falar das maravilhas que o Senhor tem feito e muitas são as pessoas que têm sido tocadas por intermédio desse poderoso veículo de comunicação.
Uma pesquisa mostra que, só no início deste ano, o Brasil atingiu o número de 32,9 milhões de pessoas na faixa de 16 anos ou mais que têm acesso à internet. O principal motivo de preocupação para os pais é que, hoje, o uso da internet não é passível de controle. E se já é difícil impor limites dentro de casa, a situação torna-se mais preocupante quando sai dos lares e escolas e toma conta de outros ambientes, como cibercafés e lan houses. Esses espaços estão invadindo as cidades e conquistando a atenção dos adolescentes e crianças, os freqüentadores mais assíduos desses locais.
Orkut, blogs e MSN são apenas alguns dos múltiplos serviços oferecidos na rede que provocam muita euforia entre adolescentes e crianças e são os alvos da grande preocupação dos pais. Sem dúvida alguma, os computadores tiram o tempo em família. Tiram a oportunidade de se desenvolverem relacionamentos baseados nos propósitos morais e fundamentados na palavra de Deus, além do mais, esses pré-adolescentes são mais submetidos a anúncios e ao materialismo. Se os pais e professores não se derem conta de que essas lacunas podem ser preenchidas pelo mau uso da Internet, um grande estrago pode ser constatado muito tarde para ser reversível.
É preciso lembrar que os avanços tecnológicos só tendem a aumentar e a juventude será a principal protagonista dessa realidade. É preciso, pois, cuidado na seleção de conteúdos e, principalmente, muito discernimento, pois a mesma ferramenta usada pelos filhos de Deus também pode estar sendo muito bem manejada pelo inimigo.
Portanto, em terra de ninguém, todo cuidado é pouco, atentemos, pois, para o que a Bíblia ensina: vigiai!
Profa Aya Ribeiro

sábado, 13 de fevereiro de 2010

O Poder da Palavra



Para Platão, filósofo que viveu na Grécia entre os anos de 427 e 347 a.C, a palavra é Pharmakon, cujo termo correspondente em português é farmácia. Estabelecimento comercial que originalmente vendia poções: fórmulas de medicamentos que, dependendo do uso e da quantidade tornam-se venenos e também cosméticos.
Assim, analogamente, a palavra pode ser remédio, veneno, ou cosmético. É remédio quando usada na dose que estimula o conhecimento, que cura, que eleva e que revigora o espírito. É veneno quando corta, quando hostiliza, quando maltrata, quando em forma de silencio- palavra muda é dose errada. É cosmético quando maquia, mascara a verdade. Quando usada para o engano, para o engodo. Em João 1:1 lemos “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Isso significa que a palavra é a origem. O mundo foi criado pelo poder da palavra: Deus disse “Haja luz” e a luz foi feita. Pela palavra Deus criou o Céu e a Terra e tudo o que neles contém. E nessa evocação simbólica não é demais lembrar que a Terra, sem forma e vazia, foi “construída” por uma evocação sonora e tudo o que nela se fez formou-se a partir da palavra. Ora, a palavra é um símbolo e como símbolo representa, então podemos inferir que a expressão do símbolo criou uma realidade. E assim tem sido desde Gênesis. Somos o que dizer ser e formamos a imagem do outro, naquilo que dizemos dele.
Mas a palavra também mata. Se a usarmos como veneno, como nos mostra Tiago 3: 5-6, confirmando o que diz o filósofo Grego: “Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno”.
Usando a palavra, podemos amaldiçoar e podemos bendizer, podemos criar grandes laços de afeto e solidariedade, como podemos espalhar intrigas e matar relacionamentos. Quantas vezes já ouvimos “Quem fala demais dá bom dia a cavalo” ou “O peixe morre pela boca”. A sabedoria popular também nos ensina que devemos ter cuidado com o que falamos, pois muitas vezes as nossas palavras se voltam contra nós mesmos. Quantas vezes falamos e nos arrependemos e quando tentamos voltar atrás já é tarde, o veneno já foi lançado.
Uma educação cristã, baseada nos princípios bíblicos jamais cede espaço a palavras vãs e torpes, mas a palavras que edificam e que ajudam a construir a moral e os valores éticos que curam, jamais que envenenam ou que contaminam.
Uma educação centrada nos princípios bíblicos nos ajuda a nos defender do veneno e da máscara, dos enganos e da sedução tecidos pelas palavras, quando contra argumentamos, quando indagamos, pedimos provas, duvidamos do que ouvimos, porque muitas vezes o veneno lançado pelo inimigo para minar a família, a igreja e a sociedade vem em poções de palavras mal ditas e mal empregadas e visam atingir os filhos de Deus. É interessante observar que os homens, quando estão seduzidos pelo engano do mundo ficam cegos, surdos e com a mente embotada, só não ficam mudos e acabam usando a palavra para ferir, cortar, contaminar, matar, principalmente a semente plantada por Deus.
Profa Aya Ribeiro

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Testemunho de Cura


"E direis naquele dia: Dai graças ao SENHOR, invocai o seu nome, tornai conhecidas entre os povos as suas obras, proclamai como o seu nome é majestoso." (Is 12:4)



Desde a adolescência eu sofria com uma enxaqueca que me incomodava muito. Durante as crises, que podiam durar entre 3 horas e 3 dias, eu sentia náuseas, vômitos, aversão à claridade, ao barulho, aos cheiros, visão embaçada, irritabilidade, falta de concentração, tonturas como se fosse labirintite, obstrução nasal, tensão nos músculos da nuca e dos ombros, e até perda temporária de sentidos.
A aversão à claridade/barulho, tão comum, nas crises afetava não só minha vida pessoal, como a profissional. Afinal, eu não poderia me afastar do trabalho na frequência com que as dores me acometiam. Em geral de uma a duas semanas por mês. Um dos maiores problemas da enxaqueca é que ela pode ser desencadeada por uma série de "gatilhos", tornando a pessoa mais vulnerável quando passa por emoções mais fortes (não apenas situações de contrariedade, mas também situações inusitadamente boas), acordar mais tarde que de costume, dormir durante o dia, atrasar refeições, comer certos pratos, ainda que em pequena quantidade, já pode ser suficiente para desencadear 3 horas a 3 dias de muita dor e outros sintomas. O pior disso tudo é a convivência social, pois quem nunca sentiu os sintomas da enxaqueca, por mais solidário que seja com a pessoa a seu lado, não consegue compreender a dimensão desse mal.
Entretanto, eu convivi com isso durante anos da minha vida, sem poder me afastar de meus compromissos e, às vezes, tendo que dividir essa dor com as pessoas a minha volta. Isso também me causava sofrimento porque sentia que não podia sobrecarregar as pessoas mais próximas de mim, mas não havia como passar pela crise sem alterar minha rotina, apesar de todo esforço em conter o incontível. Eu sabia que, por mais solidárias e companheiras que as pessoas fossem, era difícil entender, por exemplo, que eu às vezes não conseguia enxergar o rosto inteiro de uma pessoa, não conseguia nem me lembrar de uma pessoa querida ou bastante familiar, nos momentos de intensa dor. E essa dor se agravava mais quando eu percebia que as pessoas também sofriam com isso e eu não podia mudar esse quadro. O máximo que podia fazer era tentar suportar sem reclamar até que minhas forças se esvaíssem. O que acabava se tornando pior, pois passado o meu limite físico, quem estava do meu lado acabava se sacrificando para me apoiar e muitas vezes se sentia impotente, pois não tinha como minimizar meu sofrimento, a não ser cuidando de mim com extremada paciência.
Mas o Senhor foi misericordioso comigo e, durante a campanha do Dr. Victor Emenike na ICMV em julho de 2008, quando ele, portador do poder de cura que há no nome de Jesus, chamou à frente quem sofria de enxaqueca. Eu estava trabalhando na intercessão naquele dia e do meu lugar invoquei a Deus, colocando diante Dele a dor que sentia naquele momento e que acompanhava por longos anos. Daquele momento em diante eu nunca mais tive dores de cabeça. Eu pude comprovar isso porque durante o restante do ano de 2008 e em todo o ano de 2009 enfrentei muitas lutas, muito trabalho, muitas viagens, nas quais eu quebrava toda a rotina alimentar e de sono, muitas emoções boas e ruins que poderiam ter desencadeado o processo novamente. Mas, pelo poder do nome de Jesus eu posso afirmar: aquilo que me escravizava e me fazia sofrer foi-se.

Torno pública essa bênção porque minha alma reconhece não só a obra maravilhosa de Deus em minha vida, como também as pessoas que Ele usou para me amparar nos momentos de dor. Anjos que me carregaram no colo, quando eu não tinha forças para andar com meus próprios pés.
Hoje posso dizer como o salmista Davi: "maravilhosas são as tuas obras, e a minha alma o sabe muito bem" (Sl 139:14).



Profa Aya Ribeiro

Missão

Encorajar a prática da oração intercessória na vida espiritual de cada membro da Igreja Cristã Manancial de Vida.