sábado, 27 de março de 2010

Jesus, os relacionamentos e a educação



Embora muitas pessoas acreditem que, em educação, o mais importante seja o conteúdo, a experiência nos mostra que, salutar é a habilidade de desenvolver e estimular relacionamentos.
A forma como o educador estabelece a sua relação com os alunos determina o interesse e a apreensão dos conteúdos e saberes necessários ao processo educativo. E isso vale para todas as formas de aprendizagem quer formal ou informal. Quer acadêmica, ou espiritual.
Nisso também Jesus é o nosso grande mestre. Durante seu ministério, Ele se relacionou com milhares de pessoas, com diversos temperamentos, status e caráter. E é surpreendente observarmos que Jesus não se comportava diante de seus educandos de uma forma convencional ou padronizada. Ele via em cada um, em cada momento educativo, uma ocasião ímpar que determinava a sua forma de conduzir. Nem sempre sua reação diante de um fato era a que esperávamos. Quando se esperava que Ele censurasse, Ele perdoou, conforme vemos no episódio da mulher pecadora que lava os pés de Jesus, narrado por Lucas 7: 36-50.
Poderíamos julgar que o Mestre nesse momento deveria censurar aquela mulher pelos seus pecados, mas vemos em sua atitude: primeiro, quanta misericórdia tem para nós pecadores e, segundo, que Jesus conhece as verdadeiras intenções do coração e sabe quando são verdadeiras as lágrimas de puro arrependimento e agradecimento. Uma lição a prender aqui é que não é o erro que deve ser julgado, mas a forma como lidamos com o erro. Aquela mulher admitiu o erro e aprendeu, para não errar mais. E o Mestre soube enxergar isso.
Mas nem sempre o método de Jesus era o mesmo. Em situações em que talvez fôssemos condescendentes, Jesus foi rígido e severo, como no episódio em que repreendeu os discípulos pela falta de fé, em Mateus 8: 23-27, quando tiveram medo diante da tempestade, ou no episódio em que censurou Pedro que não conseguiu caminhar sobre as águas, após olhar para as circunstâncias, narrado em Mateus 14:31. Jesus foi ríspido com os fariseus diante de suas atitudes hipócritas e usou de palavras duras ao admoestar-lhes. O que devemos aprender com essas formas diferentes de reagir ao ensinar?
Uma das lições é que as pessoas são diferentes, as circunstâncias são diferentes, portanto, o tratamento não deve ser idêntico. É preciso se firme em alguns momentos, mas em muitos outros a doçura é fundamental. É preciso saber lidar com os temperamentos e com as múltiplas inteligências. Há pessoas que aprendem com amor, outras com a dor. Há quem aprenda de ouvir, ou de ver, outras precisam sentir. Há pessoas que aprendem em uma única tentativa, outras precisam repetir várias vezes até que entendam. Assim como há pessoas que aprendem com as histórias alheias, com as metáforas e parábolas, há aquelas que só aprendem com a exposição direta e com seu próprio sofrimento.
Outra lição é que a aprendizagem não depende apenas do professor. O melhor professor pode não obter êxito em sua atividade se o aluno não estiver aberto a aprender. Não basta inteligência, é necessário motivação. Não adianta ter a faca e o queijo na mão, como afirma o dito popular. É preciso ter fome. A fome, ou o desejo de conhecer são essenciais no processo educativo. Jesus nos mostrou isso em Seu ministério. Milhares foram as pessoas que ouviram Seus ensinamentos, mas nem todos aprenderam. O Mestre era o mesmo, o conteúdo idem, mas o desejo de aprender era pessoal e intransferível. Quando a Bíblia diz que “muitos são chamados e poucos os escolhidos”, essa asserção nos remete ao fato de que muitos escutam, mas nem todos ouvem. Nessa escola, em que todos estão matriculados, só serão aprovados os que se comprometem com o ensino e desenvolvem um relacionamento pessoal com o Mestre. Assim como na escola secular, nem todos que ouvem a mesma aula apresentam o mesmo desempenho. É por isso, também, que o professor precisa estar atento ao tipo de aluno que tem em sua classe. Alguns precisarão ser reprovados para valorizarem o seu tempo e a lição.


Profa Aya Ribeiro

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