sábado, 13 de fevereiro de 2010

O Poder da Palavra



Para Platão, filósofo que viveu na Grécia entre os anos de 427 e 347 a.C, a palavra é Pharmakon, cujo termo correspondente em português é farmácia. Estabelecimento comercial que originalmente vendia poções: fórmulas de medicamentos que, dependendo do uso e da quantidade tornam-se venenos e também cosméticos.
Assim, analogamente, a palavra pode ser remédio, veneno, ou cosmético. É remédio quando usada na dose que estimula o conhecimento, que cura, que eleva e que revigora o espírito. É veneno quando corta, quando hostiliza, quando maltrata, quando em forma de silencio- palavra muda é dose errada. É cosmético quando maquia, mascara a verdade. Quando usada para o engano, para o engodo. Em João 1:1 lemos “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.” Isso significa que a palavra é a origem. O mundo foi criado pelo poder da palavra: Deus disse “Haja luz” e a luz foi feita. Pela palavra Deus criou o Céu e a Terra e tudo o que neles contém. E nessa evocação simbólica não é demais lembrar que a Terra, sem forma e vazia, foi “construída” por uma evocação sonora e tudo o que nela se fez formou-se a partir da palavra. Ora, a palavra é um símbolo e como símbolo representa, então podemos inferir que a expressão do símbolo criou uma realidade. E assim tem sido desde Gênesis. Somos o que dizer ser e formamos a imagem do outro, naquilo que dizemos dele.
Mas a palavra também mata. Se a usarmos como veneno, como nos mostra Tiago 3: 5-6, confirmando o que diz o filósofo Grego: “Assim também a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade, a língua está posta entre os nossos membros, e contamina todo o corpo, e inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno”.
Usando a palavra, podemos amaldiçoar e podemos bendizer, podemos criar grandes laços de afeto e solidariedade, como podemos espalhar intrigas e matar relacionamentos. Quantas vezes já ouvimos “Quem fala demais dá bom dia a cavalo” ou “O peixe morre pela boca”. A sabedoria popular também nos ensina que devemos ter cuidado com o que falamos, pois muitas vezes as nossas palavras se voltam contra nós mesmos. Quantas vezes falamos e nos arrependemos e quando tentamos voltar atrás já é tarde, o veneno já foi lançado.
Uma educação cristã, baseada nos princípios bíblicos jamais cede espaço a palavras vãs e torpes, mas a palavras que edificam e que ajudam a construir a moral e os valores éticos que curam, jamais que envenenam ou que contaminam.
Uma educação centrada nos princípios bíblicos nos ajuda a nos defender do veneno e da máscara, dos enganos e da sedução tecidos pelas palavras, quando contra argumentamos, quando indagamos, pedimos provas, duvidamos do que ouvimos, porque muitas vezes o veneno lançado pelo inimigo para minar a família, a igreja e a sociedade vem em poções de palavras mal ditas e mal empregadas e visam atingir os filhos de Deus. É interessante observar que os homens, quando estão seduzidos pelo engano do mundo ficam cegos, surdos e com a mente embotada, só não ficam mudos e acabam usando a palavra para ferir, cortar, contaminar, matar, principalmente a semente plantada por Deus.
Profa Aya Ribeiro

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