sábado, 8 de maio de 2010

Educação, entusiasmo e crítica




Eis uma questão que nos instiga: devemos educar pelo estímulo ou pela crítica? A maneira como enxergamos um objeto demonstra nossa concepção de mundo, de homem e de educação. A conhecida história da visão de um copo com água visto por diferentes pessoas delineia essa perspectiva: o pessimista vê o copo com água pela metade e afirma: “está quase vazio”, ao passo que o otimista, diante da mesma quantidade de água assegura “está quase cheio”.
Pois essa analogia serve também para ilustrar o posicionamento de educadores que usam a crítica e os que usam o estímulo para educar. Os primeiros tendem a enxergar em primeiro plano o erro e evidenciá-lo, já os do segundo grupo tendem a reforçar os acertos. Dependendo de nossa concepção de educação, temos a tendência a olhar para os desafios de uma forma ou de outra.
Muitos educadores pensam que expor o erro, evidenciando-o como forma pedagógica leva o educando a ser melhor. Se considerarmos essa metodologia na perspectiva cristã, veremos que o estímulo é a alternativa que caminha no sentido oposto. Criticar é apontar falhas. É expor o erro, o que nem sempre encontra ressonância positiva, pois toda crítica tem “um que” de despeito tendencioso e destrutivo, ao passo que o estímulo leva a um entusiasmo em prosseguir. Sabemos que dificilmente se conquista alguma coisa apenas apontando falhas.
Um dos principais objetivos da educação é ensinar valores. Como alguém pode ensinar valores se se considera acima do bem e do mal para esperar o crescimento com base em críticas?
Com a crítica, o copo que estava quase vazio acaba por esvaziar, pois muitos deixam de fazer para não correrem o risco de ser criticados. Quem pouco faz, pouco erra.
A educação nos moldes cristãos deve transmitir a criticidade, todavia em forma de sabedoria, mediante exemplos práticos. Quem critica deve apontar ou dar exemplo de solução. A crítica vazia é inócua e tende a tirar o entusiasmo, enquanto o estímulo possibilitado até mesmo pelo erro leva o educando a enfrentar os desafios.
No episódio da mulher adúltera, vemos a posição de Jesus como mestre que ensina sem evidenciar o erro, mas faz dele uma possibilidade de acerto. Quando Jesus disse na passagem narrada em João 8:7: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra, Ele nos ensina uma grande lição: educadores não estão acima do bem e do mal, mesmo que revestidos de autoridade temporária.

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