sábado, 1 de maio de 2010

Concepção de educação e o exemplo de minha avó




É interessante observar que tendemos a seguir os caminhos daqueles a quem admiramos. Portanto, devemos dar importância a quem nossos filhos consideram como seus “heróis”.
Eu sempre admirei minha avó, talvez seja por isso que me tornei professora. Quando criança, eu ficava encantada em ouvir suas histórias e causos. E achava que ela era a mulher mais sábia do mundo. Ainda hoje eu penso assim. Vovó era professora e parteira. Várias pessoas, de figuras anônimas até pessoas com expressiva participação na sociedade e no cenários político e empresarial brasileiro, vieram ao mundo pelas mãos dela. Assim como muitos também foram alfabetizados por aquela pequena senhora de personalidade marcante. De atitudes firmes e de gestos sensíveis como acolher em sua casa e alimentar quantas pessoas a procurassem.
Ainda hoje, depois de ter estudado nas melhores escolas do país, e passado pelas classes de excelentes professores, considero-a a professora mais sábia que conheci. Vovó me ensinou a ler a Bíblia, quando eu tinha doze anos e me ensinou a diferença entre a letra e o Espírito, além de me mostrar, na prática, o que é dogma e o que é fé. Creio que por admirá-la tanto decidi ser professora, quando todos achavam que eu tinha potencial para seguir outra profissão mais valorizada. Ainda hoje não penso assim. Entendo que o ensino é uma das mais nobres profissões, por isso, faço como Paulo exortou: "... o que ensina, esmere-se em fazê-lo (Rm 12:7b)."
Uma das minhas maiores lições de educação não aprendi nos livros de pedagogia, ou na sala de aula de nenhuma universidade. Foi com minha sábia avó. Um dia, quando preparava a massa para o pão de queijo, vovó me chamou para perto de si e disse que iria me ensinar algo. Mas ela não me ensinou como preparar essa quitanda indispensável nas casas mineiras: ela me ensinou o que entedia por educação. Usou de uma técnica que jamais hei de esquecer: tomou a massa na mão e me perguntou “você sabe como deve ser uma boa educação?” Fiquei observando e esperando a resposta. Então ela me mostrou a massa com a mão semi aberta, depois abriu a mão, deixando que a massa caísse na gamela, em seguida pegou outra porção e a apertou, fazendo com que a massa escorregasse por entre os dedos. Nesse instante construí nessa analogia a minha concepção de educação: educar não é deixar solto, nem controlar demais. É ficar do lado, amparando, sem pressionar. Se a mão do educador estiver semi aberta, a massa não cairá, nem se esvairá por entre os dedos.

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