quarta-feira, 16 de junho de 2010

Educação é compromisso e persistência




Educar é conduzir", "guiar" por um caminho, conforme indica a sua origem, o verbo latino "duco". Mas caminhos precisam ser construídos, e isso não é algo fácil e simples. É preciso aplainar o terreno, nivelar as bases, retirar as pedras... Tudo isso pressupõe compromisso e dedicação. Não se pode desistir na primeira dificuldade, eis porque muitos não se comprometem. Só assume um compromisso quem é capaz de sustentar uma palavra empenhada. Quem honra as promessas solenes, mesmo sem papel ou testemunha.
Professores, como outros profissionais, na solenidade da formatura, fazem um ato público de juramento, assim como é feitos em casamentos e em outros pactos, os quais pressupõem uma escolha e uma determinação em persistir. A persistência é uma idéia firme e constante de algo que se pretende fazer, mesmo na presença de incômodos ou dificuldades. E esta é uma condição sine qua non para o sucesso de qualquer ação educativa, seja ela no plano formal, ou informal, secular ou religiosa.
A persistência é uma virtude fundamental para o sucesso, pois fortalece a vontade e a atitude das pessoas. Sabemos que ser persistente não é uma tarefa fácil. O mais comum é encontrar obstáculos e querer desistir. Entretanto, a história nos mostra que o sucesso é conseguido com determinação. Einstein já afirmava que “o único lugar onde o sucesso vem antes do trabalho é no dicionário”. Essa constatação serve a todas as áreas e na educação ela é essencial e está respaldada nas palavras de Jesus em Lucas 9:62: “Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus“. E reiterada na exortação de Paulo em Romanos 12:7 “Aquele que ensina, esmere-se no fazê-lo”.
Ninguém que desiste na primeira tentativa, ou sob pressão contrária, que abre mão de seus princípios está apto a conquistar os louros e as promessas. No campo semântico de Educação, se relacionam as palavras “compromisso” e “persistência”, sem as quais é impossível vencer a luta contra a sedução que busca desviar do caminho aqueles que deveriam ser conduzidos a um bom lugar. Educar, pois, é persistir em conduzir as ações a um caminho sólido, depois de retirar as inevitáveis pedras, que também são elementos importantes para a sedimentação de uma educação cristã, lembrando que nosso caminho deve estar firmado na pedra angular, aquela que muitos construtores rejeitaram. Aqueles que optaram por não firmarem um compromisso, ou não persistiram nos propósitos firmados nessa Rocha.

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Por que a Bíblia orienta a usar a vara na correção dos filhos?




Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos. (Pitágoras)

O Congresso Nacional discute um projeto que proíbe a aplicação de castigos físicos, moderados ou não, nos filhos, mesmo que a punição tenha caráter pedagógico. E os pais que desobedecerem a lei podem ser obrigados a fazer tratamento psicológico ou psiquiátrico, junto com as crianças. Atualmente, esse tema tem sido bastante discutido em várias rodas, mas o que diz a Bíblia sobre isso?
A Palavra de Deus é manual de conduta em todas as áreas e nela devemos buscar conselho. A Bíblia, reiteradas vezes, enfatiza a importância da disciplina. E todos sabem que quanto mais jovens, mais fácil é aprender a disciplina. Crianças que não recebem disciplina crescem rebeldes, sem respeito à autoridade, e consequentemente, não estarão dispostas a prontamente obedecer e seguir a Deus. A vara da correção é citada na Bíblia, não só de forma metafórica, mas também como instrumento fisco de correção. Não de castigo, é preciso deixar bem claro. Deus usa a disciplina para nos corrigir e nos conduzir ao caminho certo e para encorajar o arrependimento por nossos atos. Em várias passagens, a Bíblia ensina: “Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com a vara, nem por isso morrerá. Tu a fustigarás com a vara, e livrarás a sua alma do inferno.” A vara é uma haste flexível e por isso mesmo nos impede de colocar força exagerada, quando a usamos para a correção. Se, ao usá-la, os pais exagerem na força, e usarem a vara de forma errada ela pode se quebrar. Isso de certa forma protege a criança. Por isso, certamente, a Bíblia não diz para usar o braço, mas a vara da disciplina. Disciplina causa sofrimento e envolve dor, pois se quisermos alcançar as virtudes temos mesmo que mortificar muitos de nossos impulsos e desejos. Sentimos quando somos disciplinados, mas essa dor é passageira e não causa danos, ao contrário da dor que pode advir da falta de correção.
Somos testemunhas das nefastas conseqüências de uma geração de pais que não usou a vara da disciplina na educação de seus filhos: infelicidade, procura desenfreada pelo prazer levando até a morte, dentre outros males. Pais que amam criam seus filhos de acordo com as orientações da Palavra de Deus. E se usam a vara para corrigir seus filhos com amor, estão seguindo orientações bíblicas e colherão os seus benefícios como escrito em Provérbios 29:17 “Discipline seu filho, e este lhe dará paz, trará grande prazer a sua alma.”

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Metamorfose



Mudança é um dos temas que mais me encantam e desafiam o meu viver. Talvez por isso sempre tive uma fascinação pelas borboletas. A Pipa e a Flor, história de Rubem Alves, fala de uma flor, que na verdade era uma linda borboleta, e que fora enfeitiçada. O castigo era viver e morrer sem poder sair de seu lugar. Os humanos podem andar em dúvida e incerteza, mas Jesus
é inequívoco. Ele fala sobre a verdade como algo exato e objetivo. Em outra parte ele nos fala que a verdade é a palavra de Deus revelada. Quando ele falou com seu Pai (João 17:17), ele disse: "tua palavra é a verdade". Quando Jesus falou sobre a verdade, ele não estava falando sobre uma vaga abstração resultante de um intenso pensamento humano.
O mais interessante a respeito das mudanças em nossa existência é que temos plena noção de que elas são necessárias para a nossa evolução, mas por nos tirarem da nossa área de conforto, despertam-nos o medo do desconhecido, o que acaba por nos sabotar muitos passos para o progresso. A palavra de Deus é verdadeira independentemente do fato de eu concordar com isso, de eu aceitar e obedecer, ou rejeitar e contestar.
É preciso estar consciente de que sem mudança não há crescimento, apenas estagnação e, no campo profissional, até um retrocesso, que pode acarretar muitos fracassos e desilusões. Sabendo disso, aprendi a acordar a cada manhã com o coração aberto para Jesus. Ele diz: "Conhecereis a verdade". Jesus plenamente ensinou que podemos e devemos conhecer a verdade. Podemos distinguir o certo do errado. Paulo instruiu os Tessalonicenses: "Julgai todas as cousas, retende o que é bom;
abstende-vos de toda forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). Ainda hoje é verdade que a "lâmpada para os meus pés é a tua palavra, e luz para os meus caminhos" (Salmo 119:105). Para assimilarmos melhor as mudanças que possam surgir em nossa vida, precisamos ser pessoas mais preparadas. Entendi que nada vai mudar no meu mundo se eu não me dispuser primeiro
a mudar minhas atitudes e o meu olhar crítico em relação às pessoas e situações. Sei que sou "rosa". E não vou me tornar uma “borboleta” – aquela pessoa maravilhosa que quero e posso ser – enquanto continuar a agir como uma “lagarta” dentro de meu casulo. E, mesmo que essa metamorfose seja um pouco dolorosa, sei que é melhor tomar a iniciativa e mudar enquanto é tempo do que ser mudada pela força das circunstâncias.
Acredito que uma transformação que me traga realização pessoal e felicidade com certeza fará de mim uma pessoa muito mais entusiasmada, de bem com a vida e generosa. Fará bem a mim e ao mundo à minha volta! . Em Timóteo 3:16-17, Paulo disse: "Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra." Paulo também disse que seu ensinamento não tinha palavras de sabedoria humana, e sim palavras reveladas pelo Espírito Santo.Como diz o escritor Rubem Alves, “Não haverá borboletas se a pessoa não passar por longas e silenciosas metamorfoses.E acrescento, fundamentada na Bíblia: Só Cristo liberta e transforma!”


Rosa Maria Olimpio

sábado, 8 de maio de 2010

Educação, entusiasmo e crítica




Eis uma questão que nos instiga: devemos educar pelo estímulo ou pela crítica? A maneira como enxergamos um objeto demonstra nossa concepção de mundo, de homem e de educação. A conhecida história da visão de um copo com água visto por diferentes pessoas delineia essa perspectiva: o pessimista vê o copo com água pela metade e afirma: “está quase vazio”, ao passo que o otimista, diante da mesma quantidade de água assegura “está quase cheio”.
Pois essa analogia serve também para ilustrar o posicionamento de educadores que usam a crítica e os que usam o estímulo para educar. Os primeiros tendem a enxergar em primeiro plano o erro e evidenciá-lo, já os do segundo grupo tendem a reforçar os acertos. Dependendo de nossa concepção de educação, temos a tendência a olhar para os desafios de uma forma ou de outra.
Muitos educadores pensam que expor o erro, evidenciando-o como forma pedagógica leva o educando a ser melhor. Se considerarmos essa metodologia na perspectiva cristã, veremos que o estímulo é a alternativa que caminha no sentido oposto. Criticar é apontar falhas. É expor o erro, o que nem sempre encontra ressonância positiva, pois toda crítica tem “um que” de despeito tendencioso e destrutivo, ao passo que o estímulo leva a um entusiasmo em prosseguir. Sabemos que dificilmente se conquista alguma coisa apenas apontando falhas.
Um dos principais objetivos da educação é ensinar valores. Como alguém pode ensinar valores se se considera acima do bem e do mal para esperar o crescimento com base em críticas?
Com a crítica, o copo que estava quase vazio acaba por esvaziar, pois muitos deixam de fazer para não correrem o risco de ser criticados. Quem pouco faz, pouco erra.
A educação nos moldes cristãos deve transmitir a criticidade, todavia em forma de sabedoria, mediante exemplos práticos. Quem critica deve apontar ou dar exemplo de solução. A crítica vazia é inócua e tende a tirar o entusiasmo, enquanto o estímulo possibilitado até mesmo pelo erro leva o educando a enfrentar os desafios.
No episódio da mulher adúltera, vemos a posição de Jesus como mestre que ensina sem evidenciar o erro, mas faz dele uma possibilidade de acerto. Quando Jesus disse na passagem narrada em João 8:7: Aquele que dentre vós estiver sem pecado seja o primeiro que lhe atire pedra, Ele nos ensina uma grande lição: educadores não estão acima do bem e do mal, mesmo que revestidos de autoridade temporária.

sábado, 1 de maio de 2010

Concepção de educação e o exemplo de minha avó




É interessante observar que tendemos a seguir os caminhos daqueles a quem admiramos. Portanto, devemos dar importância a quem nossos filhos consideram como seus “heróis”.
Eu sempre admirei minha avó, talvez seja por isso que me tornei professora. Quando criança, eu ficava encantada em ouvir suas histórias e causos. E achava que ela era a mulher mais sábia do mundo. Ainda hoje eu penso assim. Vovó era professora e parteira. Várias pessoas, de figuras anônimas até pessoas com expressiva participação na sociedade e no cenários político e empresarial brasileiro, vieram ao mundo pelas mãos dela. Assim como muitos também foram alfabetizados por aquela pequena senhora de personalidade marcante. De atitudes firmes e de gestos sensíveis como acolher em sua casa e alimentar quantas pessoas a procurassem.
Ainda hoje, depois de ter estudado nas melhores escolas do país, e passado pelas classes de excelentes professores, considero-a a professora mais sábia que conheci. Vovó me ensinou a ler a Bíblia, quando eu tinha doze anos e me ensinou a diferença entre a letra e o Espírito, além de me mostrar, na prática, o que é dogma e o que é fé. Creio que por admirá-la tanto decidi ser professora, quando todos achavam que eu tinha potencial para seguir outra profissão mais valorizada. Ainda hoje não penso assim. Entendo que o ensino é uma das mais nobres profissões, por isso, faço como Paulo exortou: "... o que ensina, esmere-se em fazê-lo (Rm 12:7b)."
Uma das minhas maiores lições de educação não aprendi nos livros de pedagogia, ou na sala de aula de nenhuma universidade. Foi com minha sábia avó. Um dia, quando preparava a massa para o pão de queijo, vovó me chamou para perto de si e disse que iria me ensinar algo. Mas ela não me ensinou como preparar essa quitanda indispensável nas casas mineiras: ela me ensinou o que entedia por educação. Usou de uma técnica que jamais hei de esquecer: tomou a massa na mão e me perguntou “você sabe como deve ser uma boa educação?” Fiquei observando e esperando a resposta. Então ela me mostrou a massa com a mão semi aberta, depois abriu a mão, deixando que a massa caísse na gamela, em seguida pegou outra porção e a apertou, fazendo com que a massa escorregasse por entre os dedos. Nesse instante construí nessa analogia a minha concepção de educação: educar não é deixar solto, nem controlar demais. É ficar do lado, amparando, sem pressionar. Se a mão do educador estiver semi aberta, a massa não cairá, nem se esvairá por entre os dedos.

sábado, 24 de abril de 2010

Jesus e a Zona de Desenvolvimento Proximal




Lev Vygotsky, um educador russo, afirmou que “O saber que não vem da experiência não é realmente saber”. Nessa frase podemos ver a base de sua teoria pedagógica: para ele todo aprendizado é necessariamente mediado. Segundo Vygotsky, o primeiro contato da criança com novas atividades, habilidades ou informações deve ter a participação de um adulto. Ao internalizar um procedimento, a criança “se apropria” dele, tornando-o voluntário e independente. Assim, admite que a única aprendizagem significativa é a que ocorre por meio da interação entre o sujeito, o objeto e outros sujeitos (colegas ou professores).
Nesse sentido, fazemos uma associação com o que ensina Salomão em Provérbios 22:6: “Ensina a criança no caminho em que deve seguir, e mesmo com o passar dos anos ela não se desviará dele”. Para o sábio rei, a aprendizagem significativa é aquela que passa pela mediação, assim como ensina Vygotsky. Observe que ele diz: “ensina no caminho”. Ele não diz “ensina o caminho”. A diferença reside no fato de que ensinar no caminho é estar com, é seguir junto. Nesse caso o adulto não aponta o exemplo, não mostra o caminho, mas segue também nele, participando ativamente, o que referenda a expressão do educador russo: “O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa por outra pessoa”
Vygotsky chamou de Zona de Desenvolvimento Proximal a distância entre o nível de desenvolvimento real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através de resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração com outro companheiro. Ao educar, devemos agir assim: mostrar que fazemos, com exemplos significativos; fazer junto, mediando a aprendizagem, para, numa terceira etapa, deixar que o educando descubra as suas potencialidades. Jesus agiu assim com seus discípulos. Mostrou pelas suas atitudes o que deveriam fazer; seguiu fazendo com eles, admoestando e ensinando no caminho e depois deixou que seguissem fazendo, conforme o dom de cada um.
A verdadeira educação é aquela que agrega, que interfere para sempre no curso de vida das pessoas, que transfere valores e conhecimentos que irão ajudá-las e qualificá-las para construir uma vida digna.

sábado, 17 de abril de 2010

Antes só que mal acompanhado


Essa expressão faz parte do acervo popular e traz em seu bojo uma grande lição, quando estabelecemos uma analogia não só com nossos relacionamentos pessoais, mas também com as escolhas educativas. Os lugares e as pessoas que escolhemos para conviver compõem nosso repertório de aprendizado e determinam nossa forma de ver e de conceber o mundo. Não podemos separar os aspectos cognitivos dos afetivos. Nossas afinidades determinam nossas escolhas e com elas a forma como aprendemos e como apreendemos o mundo. Isso equivale dizer que as nossas companhias também definem a nossa educação, tanto no sentido lato, como estrito. Se me cerco de pessoas com tendências culturais diferentes daquelas que temos como ideal, é natural que aos poucos vou inserindo sua forma de sentir e de perceber essa cultura e passo a aceitar e a incorporar esses valores. Se me cerco de pessoas que, em vez de coisas fúteis e vulgares, se permitem ampliar seu universo cultural e intelectual com livros de boa qualidade, certamente serei motivado a conhecer e a entrar nesse ambiente.
Nesse sentido, a escolha do ambiente que nossos filhos freqüentam e de suas companhias é importante para a sua educação. Não estamos falando de classe social, ou de nível acadêmico, mas de pessoas que têm o que partilhar e acrescentar. E isso não depende de dinheiro, posição social ou titulação. Depende, sobretudo, da maneira de enxergar e de priorizar a educação, a moral e os princípios. Pessoas inteligentes falam sobre idéias; Pessoas comuns falam sobre coisas; Pessoas medíocres falam sobre pessoas. Eis porque devemos escolher nossas companhias e cuidar para que nossos jovens estejam cercados de pessoas que estimulem seu crescimento moral e intelectual, sem a frivolidade e a vulgaridade já tão banalizada pela mídia.

terça-feira, 13 de abril de 2010

A família e o amor que a sustenta




É no grupo familiar que se inaugura no desenvolvimento psicológico e o sentimento de aceitação social, sendo nesse âmbito que a criança tem suas primeiras e mais importantes relações. Tais relações preparam não só o relacionamento com outras pessoas, mas também a evolução de sua personalidade. É a família que, em nossa cultura, dá a criança o suporte para enfrentar dificuldades, o que torna necessário seu entendimento e a aceitação para trabalhar essa possível dificuldade.
Todos os pais sonham com o futuro de seus filhos, criam expectativas, idealizam e fazem projetos. Então, ao deparar-se com algo que foge a realização desses projetos, tende a ver frustradas suas expectativas. Há nessas situações o grande risco do desenvolvimento de sentimentos de culpa por parte dos pais, os quais acham que fizeram algo “errado” e, ao depararem-se com uma situação diferente de tudo que fora sonhado, confrontam-se também com uma perda de identidade social.
É nesse contexto que o amor é, sem sombra de dúvida, o recurso essencial para promoção de melhores condições e qualidade de vida da família. Os conflitos fazem parte da evolução humana e na família, no amor que questiona e instiga reflexões sobre nós mesmos é que nos fortalecemos e crescemos. As variadas técnicas psicológicas podem ser de grande eficácia, para que a família passe a ter outra visualização das dificuldades, mantendo-se assim emocionalmente equilibrada, aprendendo a lidar com suas angústias e tristezas, mas somente a certeza de que somos amados e a "não aceitação" das pessoas que nos amam reflete, na maioria das vezes, a não aceitação do outro, da sociedade. Assim, a família nos vê, aponta nossas falhas em nossa defesa, para que a sociedade não o faça de maneira velada e nos deixe deprimidos por não sermos aceitos como somos. A teia familiar se apresenta com toda a sua complexidade, expressando assim, nossa identidade, onde vislumbramos o todo e não a soma das partes. É o amor que nos une, por isso brigamos, porque não conseguimos ser indiferentes aos seres amados. A indiferença é o contrário do amor. Vladimir Maiakovski, poeta russo escreveu e eu tomo a liberdade de citar: "Amar não é aceitar tudo. Aliás, onde tudo é aceito desconfio que não haja amor." Nesse sentido, podemos relacionar com o que o Senhor nos diz em Hebreus 12: 6-7 “ Porque o Senhor corrige o que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos, porque, que filho há a quem o pai não corrija?”

Rosa Maria Olímpio

sábado, 10 de abril de 2010

A educação pelo exemplo


O ser humano é um ser físico, anímico e espiritual, e seu desenvolvimento ocorre em fases, cada uma com necessidades intrínsecas. E, segundo a psicologia Waldorf, essas fases transcorrem no intercurso de sete anos. Durante os primeiros sete anos de vida a criança desenvolve os seus órgãos vitais, até que atinjam a sua forma definitiva. Nesse período ela está entregue, confiantemente a terceiros, de quem vai recebendo proteção e cuidados, e também, modelos e orientações de vida. Nesse período, ela aprende por imitação a língua, a cultura, atividades básicas de higiene, alimentação, vestuário, caminhar, etc. Aprende também os estados de alma do adulto com quem convive e com quem aprende a pensar. Nesse momento, todo o meio que envolve a criança está em comunicação com a alma infantil, as vivências e as suas qualidades penetram na criança atuando sobre o seu ser. A criança aprende a ser, vendo o que são as pessoas a sua volta. E ela tem como modelo de vida, como espelho de seus atos as pessoas que são mais próximas, pais, professores, e aqueles que gravitam a sua volta. Se em casa o modelo é de serenidade e equilíbrio, ela introjetará isso ao formar seu caráter, se lhe são dados modelos de conduta íntegra, com ênfase na honestidade e na moral cristã, ela crescerá com esses valores. Por outro lado, se ela cresce em meio a promiscuidade e a negação de valores éticos e morais, muito provavelmente refletirá esses valores em sua vida. A formação do caráter se dá nos dois primeiros períodos de sete anos da vida da criança, portanto, ocorre até a fase de mudança da fase infantil para a adolescência. Nesse período os pais precisam ter atenção redobrada com os exemplos que dão aos filhos, os professores precisam ser idôneos porque são formadores de opinião, e as relações familiares e de amizades são extremamente significantes. Nessa fase não se aplica o ditado “faça o que eu digo e não faça o que eu faço”, pois o exemplo vale mais do que qualquer lição porque vigora uma das maiores verdades no mundo: a criança imita os adultos em suas atitudes, mesmos as simples, diariamente. Por isso, pais, cuidado com as suas atitudes, cuidado com os seus modelos de vida, cuidado com os caminhos que escolhe. Neles seus filhos vão fundamentar o alicerce para o futuro.

sábado, 3 de abril de 2010

Hipocrisia X Moral




Recentemente recebi um e-mail com o texto de uma psicóloga que assistiu ao filme Cazuza. Suas ponderações me fizeram pensar sobre como as pequenas atitudes de nosso cotidiano contribuem para desviarmos o foco de uma educação alicerçada em valores morais sólidos e cristãos. Estamos aplaudindo pessoas erradas, cujos valores fogem do conceito de uma educação firmada na palavra de Deus. Em quem queremos que nossos filhos se espelhem se nossas escolhas são incoerentes. Será que hipocritamente assumimos: faça o que eu digo e não faça o que eu faço? Vejamos o texto da Psicóloga Clínica Karla Christine.
'Fui ver o filme Cazuza há alguns dias e me deparei com uma coisa estarrecedora.. As pessoas estão cultivando ídolos errados. Como podemos cultivar um ídolo como Cazuza? Concordo que suas letras são muito tocantes, mas reverenciar um marginal como ele, é, no mínimo, inadmissível. Marginal, sim, pois Cazuza foi uma pessoa que viveu à margem da sociedade, pelo menos uma sociedade que tentamos construir (ao menos eu) com conceitos de certo e errado.
No filme, vi um rapaz mimado, filhinho de papai que nunca precisou trabalhar para conseguir nada, já tinha tudo nas mãos. A mãe vivia para satisfazer as suas vontades e loucuras. O pai preferiu se afastar das suas responsabilidades e deixou a vida correr solta. São esses pais que devemos ter como exemplo?
Cazuza só começou a gravar porque o pai era diretor de uma grande gravadora. Existem vários talentos que não são revelados por falta de oportunidade ou por não terem algum conhecido importante. Cazuza era um traficante, como sua mãe revela no livro, admitiu que ele trouxe drogas da Inglaterra, um verdadeiro criminoso. Concordo com o juiz Siro Darlan quando ele diz que a única diferença entre Cazuza e Fernandinho Beira-Mar é que um nasceu na zona sul e outro não. Fiquei horrorizada com o culto que fizeram a esse rapaz, principalmente por minha filha adolescente ter visto o filme. Precisei conversar muito para que ela não começasse a pensar que usar drogas, participar de bacanais, beber até cair e outras coisas, fossem certas, já que foi isso que o filme mostrou.
Por que não são feitos filmes de pessoas realmente importantes que tenham algo de bom para essa juventude já tão transviada? Será que ser correto não dá Ibope, não rende bilheteria? Como ensina o comercial da Fiat, precisamos rever nossos conceitos, só assim teremos um mundo melhor. Devo lembrar aos pais que a morte de Cazuza foi consequência da educação errônea a que foi submetido. Será que Cazuza teria morrido do mesmo jeito se tivesse tido pais que dissessem NÃO quando necessário? Lembrem-se, dizer NÃO é a prova mais difícil de amor. Não deixem seus filhos à revelia para que não precisem se arrepender mais tarde. A principal função dos pais é educar.. Não se preocupem em ser 'amigo' de seus filhos. Eduque-os e mais tarde eles verão que você foi à pessoa que mais os amou e foi, é, e sempre será, o seu melhor amigo, pois amigo não diz SIM sempre.'

Missão

Encorajar a prática da oração intercessória na vida espiritual de cada membro da Igreja Cristã Manancial de Vida.